O vice-prefeito de Ribeirão Preto, Marinho Sampaio, e o secretário de Saúde, Stenio Miranda, estiveram em São Paulo, na tarde desta quarta-feira, dia 8, para participar de um encontro com o secretário de Estado da Saúde, Giovani Guido Cerri. O encontro teve a finalidade de discutir anúncio feito no início de abril, pelo superintendente do Hospital das Clínicas, Marcos Felipe Sá, de que iria limitar os atendimentos de média complexidade para cerca de 90 cidades pertencentes à Diretorias Regionais de Saúde de Ribeirão Preto, Franca, Araraquara e Barretos.

Guido Cerri abriu a reunião, que contou com a presença de 17 dos 26 prefeitos da região, afirmando que o problema estava solucionado e que o superintendente do HC, Marcos Felipe de Sá, enviou uma carta para a Secretaria Estadual dizendo que manteria os serviços prestados à região até dezembro de 2014, quando todos esperam que uma nova pactuação seja definida.

O secretário falou ainda sobre a importância do processo de regionalização da saúde e o papel que o Hospital das Clínicas exerce. Ele também abordou a insuficiência do financiamento para os atendimentos na área da saúde. “O secretário fez um convite a todos os municípios que colham assinaturas para um Projeto de Lei que destina 10% das receitas para a área da saúde”, explicou o vice-prefeito Marinho Sampaio, que representou a prefeita Dárcy Vera no encontro. “Quero aproveitar a oportunidade para agradecer ao secretário Guido Cerri pela conclusão satisfatória deste episódio para todos os municípios envolvidos”, afirmou.

Para o secretário da Saúde de Ribeirão Preto, Stênio Miranda, o movimento foi significativo porque reuniu os prefeitos da região em torno de um mesmo objetivo, o que demonstra um elevado grau de solidariedade e que pode voltar a se manifestar para enfrentar outras situações em diferentes áreas. “Além disso, ficou claro que as decisões têm que ser tomadas de maneira colegiada e não unilateralmente ou uma ou outra instituição”, ressaltou.

A reunião foi realizada no Salão dos Pratos, no Palácio do Governo e, além dos prefeitos e representantes da Frente Regional dos Prefeitos, participaram da reunião o sub secretário estadual da Casa Civil, Rubens Cury, o diretor da DRS XIII, Ronaldo Dias Capelli, e o superintendente do Hospital das Clínicas, Marcos Felipe de Sá.

Mobilização dos prefeitos – No dia 12 de abril, a prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera, tomou a iniciativa de reunir, no Salão Nobre do Palácio Rio Branco, os 26 prefeitos e secretários de saúde ligados à DRS XIII de Ribeirão Preto, para discutir a decisão do Hospital das Clínicas.

Durante o encontro, cada prefeito relatou a realidade vivida na área da saúde e muitos afirmaram que o Hospital das Clínicas já está devolvendo pedidos diversos para exames.  Na ocasião a prefeita Dárcy Vera lamentou a atitude da direção do Hospital das Clínicas, que não fez nenhum comunicado oficial aos municípios. “Todos os prefeitos aqui presentes ficaram sabendo da decisão pela imprensa. Nossa região tem 1,5 milhão de habitantes e é uma falta de respeito deixar todo mundo sem oferecer outra alternativa”, afirmou.

Ministro da Saúde – No mesmo dia, as autoridades elaboraram uma carta que foi entregue ao ministro Alexandre Padilha, durante audiência realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo, e ao secretário de estado da Saúde Giovani Guido Cerri, no dia 18 de abril. Neste documento, os prefeitos manifestam sua preocupação com a evolução da carência de recursos dos serviços públicos de saúde, com graves consequências para a organização da assistência à população da região.

Nesse espaço de tempo, o secretário Giovani Guido Cerri enviou nota ao Jornal A Tribuna com a seguinte informação: “Sobre coluna Parabólica, publicada na Tribuna Ribeirão no dia 17 de abril de 2013, a Secretaria de Estado da Saúde esclarece que o projeto de readequação do atendimento no Hospital das Clínicas de Ribeirão foi uma iniciativa da própria unidade, que ainda está em discussão e que, portanto, não teve a aprovação da pasta. Por meio de seu Departamento Regional de Saúde, a secretaria já declarou que não concorda com o projeto do HC nos moldes atuais e que propõe uma discussão mais aprofundada sobre o assunto (com a participação inclusive das prefeituras e do próprio HC) antes de qualquer alteração efetiva no atendimento. A secretaria se compromete ainda a proteger a qualidade e a quantidade dos atendimentos disponibilizados hoje aos pacientes, visto que não está descartada a contratação de outros serviços se necessários”.