3/12/2019 - Ribeirão Preto - SP
Por EPTV 2
Motoristas reclamam de trânsito lento e congestionamentos diários nos cruzamentos das principais avenidas da zona Sul de Ribeirão Preto (SP). O crescimento da frota, o desrespeito à sinalização e a falta de planejamento viário são as principais causas apontadas para o problema.
“Faz tempo que está assim. O trânsito de Ribeirão é horrível, sempre foi muito congestionado. Povo da esquerda não respeita trânsito, não respeita faixa, fica mudando toda hora. O trânsito de Ribeirão é muito ruim”, diz o analista de TI Leandro Nogueira.
Nos últimos cinco anos, a frota de Ribeirão cresceu 11,8%. Até outubro a cidade contabilizava 542.512 veículos – média de 1,29 por habitante – contra 485.149 no mesmo mês de 2014, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
O cruzamento das avenidas Presidente Vargas e Adolfo Bianco Molina é um dos trechos que congestiona diariamente, sempre no início da manhã e no fim de tarde, apesar dos semáforos instalados e da sinalização horizontal.
Outro ponto problemático, segundo os motoristas, é a rotatória entre as avenidas Professor João Fiusa e Independência. As duas pistas são insuficientes para o fluxo de veículos. Além disso, as alças laterais não interligam as vias, só permitem o acesso local.
“Está difícil mesmo. Estava subindo a [Avenida] Independência, para entrar no balão demorou uns três, quatro minutos esperando. Antes era bem menos. Eu acho que é pouco investimento mesmo”, diz o comerciante Antônio José.
Do alto também é possível constatar o congestionamento na Avenida Brás Olaia Acosta, próximo à Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira (Anel Viário Sul). O trecho é um dos principais acessos aos bairros Nova Aliança Sul e Vila do Golf.
“Bem mais pesado e com falta de educação dos motoristas também. Dependendo do percurso, levava 10 minutos. Agora, vai fazer em 15, 20. A gente tem que acreditar, porque é o final dos tempos”, desabafou uma motorista que pediu para não ser identificada.
O engenheiro de tráfego Fernando Velazquez afirma que as avenidas Presidente Vargas, Independência e Professor João Fiúsa são as maiores vias que interligam a zona Sul ao Centro e às regiões Oeste e Leste. Por esse motivo, a chance de congestionamento é maior.
"Não tem outra opção. Então, o que poderia ser feito para dividir essas vias, não deixar tudo na responsabilidade delas? A cidade precisa de eixos estruturais. A gente tem que utilizar de vias com hierarquia menor para facilitar a divisão e a capilarização desse tráfego", diz.
Velazquez explica que medidas simples, como a redução do diâmetro da rotatória entre as avenidas Independência e Professor João Fiúsa, podem aumentar o fluxo de veículos e melhorar o trânsito no local.
“A gente poderia utilizar o espaço interno dela, tem muita área verde. Não que isso seja ruim, mas poderia aumentar uma faixa de tráfego. Teria que haver a realocação de alguns postes, algumas árvores. Isso aumentaria um pouco a capacidade”, diz.
O engenheiro cita ainda a utilização de alças laterais nas rotatórias que estão desativadas, como no cruzamento acima e também entre as avenidas Brás Olaia Acosta e Ligia Latuf Salomão.
“Porém, tem que tomar cuidado na hora de transferir o fluxo de tráfego para essas vias que estão ao lado. Tem que dar um reforço com sinalização, avisar as pessoas lá trás: 'é possível não concentrar os veículos na rotatória’. Tentar dividir esse fluxo”, detalha.
Em nota, a Transerp informa que o cruzamento das avenidas Independência e Professor João Fiúsa, assim como a Avenida Presidente Vargas, estão inseridos nas obras do Programa Ribeirão Mobilidade, integrando os corredores de ônibus Norte-Sul.
"Quanto à solicitação sobre o Anel Viário Sul, a Transerp tem mantido entendimentos com a concessionária responsável pela referida via a fim de apresentar um projeto para o local", diz o comunicado.
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