12/2/2015 - Ribeirão Preto - SP

Ribeirão Preto investiga três casos suspeitos de chikungunya

da assessoria de imprensa da Prefeitura de Ribeirão Preto

O Departamento de Vigilância em Saúde e Planejamento da Secretaria da Saúde confirmou nesta quarta-feira, dia 11, que está investigando três casos suspeitos de febre chikungunya. “Dois são moradores de Ribeirão Preto que estiveram em férias na Bahia. No caso do terceiro suspeito, a paciente apresenta dores articulares e o médico solicitou investigação para  chikungunya também”, informa a diretora do Departamento, Maria Luiza da Silveira Santa Maria.

Segundo ela, um dos casos foi confirmado pelo Laboratório de Virologia da Faculdade de Medicina. “Mesmo assim foram enviadas amostras, dos três casos, ao Instituto Adolpho Lutz e estamos aguardando o resultado. Por enquanto, todos são tratados como suspeitos”, acrescentou a enfermeira.

Desde agosto do ano passado, quando anunciou o índice de breateau no município de Ribeirão Preto, técnicos da Secretaria da Saúde alertaram para um novo vírus, denominado Chikungunya, assim como foi a descoberta do tipo 4 da dengue em 2011. Na ocasião, a médica Ana Alice Castro e Silva informou que o vírus da febre podia ser transmitido pelo Aedes Aegypti, mas que na ocasião ainda não haviam sido identificadas vítimas da doença com transmissão em solo brasileiro.

De lá para cá, o Departamento de Vigilância fez ações e treinamentos com as equipes de saúde, tanto da rede municipal quanto particular, com a finalidade de aprimorar a investigação de casos da doença que pudessem surgir no município. “As ações de controle e vigilância são semelhantes à da dengue. Por isso, nossas equipes estão atentas ao surgimento de casos e prontas para garantir a assistência necessária aos pacientes”, justificou.

Suspeitos – Os casos que estão em investigação são de um homem de 45 anos e uma adolescente de 15, que não são parentes, mas viajaram recentemente para a Bahia. O terceiro é de uma senhora de 64 anos, nesse caso também estão sendo investigadas outras doenças. Nenhum dos dois pacientes cujos exames estão sendo analisados chegaram a ficar internados. Eles foram tratados ambulatorialmente. “Nossa equipe de Vigilância em Saúde está muito atenta. Todos foram bem treinados e a população pode ficar tranquila que terá o tratamento necessário”, acrescenta Maria Luiza.

Ela explica que o paciente suspeito de febre chicungunya foi detectado pela equipe da UPA (Unidade de Pronto Atendimento). “Inicialmente ele foi notificado como dengue, mas a equipe notou que o paciente tinha dores intensas nos punhos, joelhos e tornozelos, por isso colhemos duas amostras e enviamos uma para a USP, que confirmou a suspeita”.

Além disso, ela informa que todas as ações de bloqueio que se fizeram necessárias já foram tomadas nas regiões em que esses pacientes suspeitos residem. “Inclusive queremos pedir a colaboração da população para que reforcem a limpeza dos quintais e também permitam a entrada da equipe de nebulização. Estamos usando todas as ferramentas disponíveis para enfrentar a dengue e a chikungunya”.

Sintomas - O infectologista Benedito Fonseca, professor da Faculdade de Medicina da USP, ministrou curso de “Manejo clínico atual de dengue e febre chikungunya” para profissionais das redes de saúde pública e privada. Na ocasião, o médico informou que “São Paulo é o estado que mais apresenta casos importados, mas na Bahia e Amapá já temos registrados casos autóctones”.

A situação é de precaução, porque segundo ele, o vetor da febre é o mesmo da dengue, ou seja, o mosquito Aedes Aegypti. “Como na dengue, basta o Aedes picar uma pessoa com chikungunia, que logo ele transmite a doença para outras pessoas”, completou.

Os sintomas entre a dengue e a febre chikungunya são praticamente os mesmos, febre, mal estar, dores no corpo e nas juntas. “Mas quem contrai a chikungunya tem dores intensas nas juntas. Enquanto na dengue esse sintoma demora em média 15 dias, na febre pode chegar a dois meses”, completou o médico epidemiologista Cláudio Souza de Paula, da Vigilância Epidemiológica.

Doença – A febre chikungunya teve seu vírus isolado pela primeira vez em 1950, na Tanzânia. Ela recebeu esse nome porque chikungunya significa “aqueles que se dobram” no dialeto Makonde da Tanzânia, termo este usado para designar aqueles que sofriam com o mal.