5/8/2016 - Ribeirão Preto - SP

Hospitais podem parar em Ribeirão, revela CPI da Saúde

da assessoria de imprensa da Câmara Municipal de Ribeirão Preto

Sem receber desde fevereiro, a Santa Casa e a Beneficência Portuguesa lutam contra o calote de R$ 2,1 milhões e R$ 2,5 milhões, respectivamente, por parte da prefeitura de Ribeirão Preto. Mesmo com a dívida milionária, a prefeitura ameaça contratar outros prestadores de serviço, caso esses hospitais se recusem a fazer o atendimento. “Nos sentimos desrespeitados e ameaçados”, afirmaram os diretores das instituições filantrópicas. As informações foram colhidas em reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, nesta sexta-feira, 22/07.

“Essa situação de atrasar sempre quatro meses vem se arrastando desde o início deste governo. Não temos como pagar médicos e equipes e, com isso, podemos paralisar os serviços, sim, por falta de pagamento da prefeitura”, revelam o diretor da Beneficência, Ricardo Marques, e o gestor da Santa Casa, Valdemar Del Arco Júnior.

Marques acrescentou que uma dívida de 2008, referente a serviços a mais realizados pela Beneficência, só foi paga no ano passado. Para o vereador Ricardo Silva, presidente da CPI, a prefeitura pode estar incorrendo em improbidade administrativa. “Se levarmos em conta esse atraso absurdo, as dívidas de agora só serão pagas em 2023. Por isso mesmo, vamos levar o caso ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas. Com esses atos, o governo confessa uma grave falta de gestão e de planejamento, com prejuízos sempre à população”, ressaltou.

Outros dados passados à CPI é que algumas especialidades da Santa Casa e da Beneficência estão ociosas, com possibilidade de atender mais pessoas, enquanto a Secretaria da Saúde acumula filas e mais filas, revelando, novamente, ineficiência de gerenciamento por parte da administração municipal. Os dois gestores irão encaminhar à comissão um relatório com as especialidades com mais ofertas de atendimento.

Também participaram da reunião da CPI da Saúde, nesta manhã, os vereadores André Luiz da Silva, Maurício Gasparini e Marcos Papa.